A família é o privilegiado lugar escolhido por Deus, para aí derramar a sua benção. Família é lugar de acolher essa benção e multiplicá-la. É o lugar onde Deus se revela; é lugar onde se revela Deus. Nela o ser humano aprende a crescer segundo o projeto de Deus. Família deve ser o lugar onde a gente aprende a amar, pois Deus criou o homem à sua imagem e semelhança: chamando-o a existência por amor, chamou-o ao mesmo tempo ao amor. (Livro Famílias Restauradas – Pe. Léo – SCJ)
Deus é amor e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a sua imagem e conservando-a continuamente no ser, Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação, e, assim a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão. O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do ser humano. (Exortação Apostólica Familiaris Consortio – Papa João Paulo II)
A família humana é ícone da Trindade tanto pelo amor interpessoal, como pela fecundidade do amor. (Reflexão do Papa Bento XVI, Festa da Sagrada Família de 2009)
O Santo Padre falou também da importância da educação cristã, começando por salientar que a família cristã está consciente de que os filhos são dom e projeto de Deus. Portanto não os pode considerar com uma posse própria, mas servindo neles o desenho de amor do Pai é chamada a educá-los á liberdade maior que é precisamente aquela de dizer “sim” a Deus para fazer a sua vontade.
Deste “sim” a Virgem Maria é o exemplo perfeito. A ela confiamos todas as famílias, rezando em particular pela sua preciosa missão educativa, disse o Papa.
“Deus, vindo ao mundo no seio de uma família manifesta que esta instituição é caminho seguro para o encontrar e conhecer, assim como um apelo permanente a trabalhar pela unidade de todos à volta do amor. Daí que um dos maiores serviços que nós cristãos podemos prestar aos nossos semelhantes – salientou o Papa - é oferecer-lhes o nosso testemunho sereno e firme da família fundada no matrimônio entre um homem e uma mulher, salvaguardando-a e promovendo-a pois ela é de suma importância para o presente e o futuro da humanidade. Efetivamente a família é melhor escola onde se aprende a viver aqueles valores que dignificam a pessoa e fazem grandes os povos. Peço a Deus – disse depois o Santo Padre – que nos vossos lares se respire sempre o amor de total entrega e fidelidade que Jesus trouxe ao mundo com o seu nascimento, alimentando-o e fortalecendo-o com a oração diária, a pratica constante das virtudes, a compreensão recíproca e o mutuo respeito.
O mundo de hoje prega que a família é uma instituição falida, em extinção, que não serve para os moldes da vida moderna. E para nos convencer disto, a cada dia quer nos tornar mais individualistas, nos levando a pensar cada vez mais em nós mesmos, no meu prazer, na minha carreira profissional, no meu bem estar e a esquecer das pessoas, inclusive aquelas que estão mais próximas de nós, nossos familiares. Nos fazem pensar que podemos viver isolados e desta forma seremos felizes. Isto é uma grande mentira.
A família foi instituída por Deus, (como podemos ver em Gen 1, 27-28) e encontraremos a verdadeira felicidade, a partir do momento que nos tornarmos aquilo que realmente somos, imagem e semelhança de Deus, que é amor e nos criou para o amor e é na família que Ele nos molda a sua imagem e semelhança. É através do amor concreto, vivenciado de forma íntima por nossos pais que fomos concebidos e é a vivencia continua deste amor entre eles que nos levará a experimentar e vivenciar este amor, que é a nossa essência e assim a vivência deste amor de forma íntima e profunda com o nosso cônjuge, nos levará a conceber os nossos filhos e a continuidade desta vivência, nos levará a formar os nossos filhos segundo o amor.
Por isso devemos responder a este apelo de Deus, feito através do Papa João Paulo II – Família torna-te aquilo que és. Comunidade de vida e de amor – vivenciando o amor de forma concreta, em particular nas pequenas coisas, a esposa que cuida de seu marido, prepara para ele o jantar com todo amor, que mantém a ordem da casa, de forma que seja um descanso para ele, quando chegar do trabalho, em contrapartida o esposo, que cuida da esposa, que é atencioso com ela, que lava uma louça do jantar, para que os dois depois possam ficar juntos com os filhos, conversarem, brincarem viver a família. Estes são pequenos exemplos, para te levar a refletir, o que hoje posso fazer para que o meu cônjuge se sinta amado e experimente o amor, o cuidado de Deus, através do meu gesto de amor para com ele e assim também para com nossos filhos.
O amor é simples, porém é preciso fazer uma escolha por amar, por fazer o outro feliz.
Abaixo segue uma breve história para nos ajudar a entender um pouco sobre o que é preciso para percorrermos esse caminho.
Uma jovem casada a um ano, estava passando grandes dificuldades com seu esposo, em nada entravam em acordo sempre discutiam e já estavam prontos para se separar. Quando estava decidida por sair de casa, esta jovem conheceu um casal que fazia 50 anos de casado e quando se aproximou deles percebeu que eram muito felizes.
Quando teve uma oportunidade se aproximou da senhora, contou para ela sua história de recém-casada e perguntou para ela o segredo de tanta felicidade depois de tanto tempo juntos a senhora, respondeu: todos os dias de manhã o meu esposo vai a padaria e traz um delicioso pão, pois ele sabe que eu gosto muito, porém todos os dias eu dou para ele a ponta do pão que é a parte que eu mais gosto, pois o meu desejo é fazer o meu esposo feliz.
Ainda não convencida, em outra oportunidade ela fez a mesma pergunta para o senhor, qual era para ele o segredo de tanta felicidade, depois de tanto tempo juntos e ele respondeu: todos os dias de manhã minha esposa no café me dá a ponta do pão para comer. E a jovem inquieta, perguntou: mas que segredo tem nisto. O segredo é que eu não gosto da ponta do pão, mas mesmo assim eu como somente para fazê-la feliz.